Sem chuvas, Mairinque tem que suspender captação de água bruta na Represa do Fiscal
A crise hídrica provocada pela escassez de chuvas em todo o Estado de São Paulo elevou nesta semana a um nível crítico as condições de abastecimento de água em Mairinque. Desde o início do período de estiagem, a Saneaqua, concessionária responsável pelos serviços de saneamento do município, vem trabalhando ações que visam otimizar a produção de água tratada e reduzir o volume de perdas. Nesta terça-feira (14), contudo, apesar de todos os esforços a captação de água na Represa do Fiscal, o principal manancial de águas superficiais da cidade, teve que ser paralisada, afetando parcialmente o município.
“Desde o final de semana trabalhamos a captação de água na Represa do Fiscal, que é responsável por 80% da água bruta superficial do município, com a bomba operando em condição de rotação mínima por conta do volume de água bruta disponível. Isso reduziu nossa capacidade de 70 litros por segundo para 40 litros, refletindo diretamente na produção de água tratada que passou a ser 35% menor desde então”, explica Alexandre Leite, gerente de Operações da Saneaqua.
Outra manobra operacional foi a instalação de uma bomba extra em área alagada situada junto ao ponto de captação da Represa do Fiscal, com o objetivo de ampliar a disponibilidade de água do local. A ação, iniciada às 17h de segunda-feira (13), gerou um acréscimo de 10 litros de água por segundo, mas sua eficiência foi interrompida na manhã de terça (14) quando a pequena reserva se esgotou e a bomba teve que ser desligada.
A Represa Carvalhal, que contribui com 20% da reserva de água superficial de Mairinque, também sofre com o período sem chuvas e nos últimos dias vem operando de forma intermitente, ou seja, com períodos captando e outros não.
“Como resultado prático, temos hoje uma situação bem definida em que as regiões que são atendidas exclusivamente pela reserva de águas superficiais sofrem com períodos mais prolongados de oscilação no abastecimento. Essa parcela corresponde a 30% do município”, explica Alexandre.
Em Mairinque, o sistema de abastecimento é dividido em partes iguais, sendo 50% de origem em águas superficiais e outros 50% em poços subterrâneos. Neste caso, as regiões atendidas exclusivamente por poços têm efeitos menores da escassez hídrica. Contudo, mesmo esses pontos de captação operam em condição de atenção no momento, o que requer ações de consumo responsável.
Para as regiões atendidas por ambos os sistemas, os efeitos causados pelas oscilações tendem a ser também parciais.
Canal de comunicação com a população
Desde o final de semana, a Saneaqua intensificou também as ações de comunicação com a população alertando sobre o quadro crítico do abastecimento e indicando o consumo responsável de água tratada. Foram feitas postagens no perfil da companhia no Facebook e enviadas mensagens de SMS para quem tem o cadastro atualizado junto à concessionária.
Além disso, as informações estão disponíveis no site da empresa e pelo telefone 0800 771 0001, que funciona todos os dias 24 horas e pode ser acionado em casos de dúvidas. Como medida adicional, um carro de som tem sido empregado para difundir a informação a um número maior de pessoas, inclusive a quem não tem acesso aos meios digitais.
Saneaqua segue trabalhando em busca de soluções
A Saneaqua segue trabalhando ininterruptamente em busca de soluções para as atuais condições. Contudo, a empresa reforça que o retorno das chuvas para reabastecerem os mananciais da cidade é algo essencial para a retomada da captação, tratamento e distribuição de água tratada de maneira regular.
Enquanto isso não acontece, a orientação à população é para que priorize o uso da água tratada para o preparo de alimentos, hidratação e higiene pessoal. Ações como a lavagem de carros e quintais devem ser adiadas, assim como outras que não sejam consideradas essenciais.